O design é um elemento fundamental para o sucesso de uma marca. Essa afirmação também se aplica quando pensamos nos relatórios de performance que criamos. Podemos dizer que o princípio do design de dashboards tem aplicação clara na comunicação com dados. Afinal, o trabalho impacta diretamente na imagem transmitida, no relacionamento das pessoas com a visualização e funciona como parte do posicionamento da marca.
Apesar do que muitos imaginam, o design de dashboards não se trata apenas da aparência. A definição engloba também outros aspectos da comunicação, assim como funcionalidades para gerar a melhor experiência ao usuário.
Caso a idealização de todas as etapas não seja realizada com cuidado, o painel pode não funcionar de acordo com as expectativas. Por exemplo, quando alguém tem dificuldades para entender os dados em algum gráfico, acaba optando por não usar mais aquela visualização e pode vir até a se sentir culpado por não saber interpretar as informações. Mas, na maioria dos casos, isso não é culpa do usuário, e sim uma falha no design.
Uma boa programação visual requer planejamento e é necessário levar em consideração as necessidades do seu público. Pensando dessa forma, podemos dizer que o design é algo muito complexo, uma vez que uma visualização criada estará em contato direto com seu público-alvo e precisa expressar em poucos segundos toda a personalidade da marca.
Além disso, é importante entender, também, a funcionalidade do produto, como ele está performando, o que ele entrega e a importância de aplicar o design aos dashboards para uma tomada de decisão mais assertiva.
6 técnicas para aplicar o design de dashboards e relatórios
Quando pensamos no design de dashboards ou relatórios, precisamos avaliar a mensagem que queremos passar através da comunicação com dados. Listei algumas técnicas abaixo, tiradas do livro “Storytelling com dados”, da autora Cole Nussbaumer Knaflic.
1. Realça o que é importante
Use o negrito, itálico e sublinhado nos seus textos. Caixa e fonte também devem ser aplicadas para realçar e gerar uma diferença perceptível sem atrapalhar a estética. Além da cor e o tamanho para sinalizar importância e chamar atenção do público.
2. Elimine as distrações:
Nem todos os dados têm importância igual. Quando detalhes não forem necessários, resuma. Pergunte-se: eliminar isso mudaria alguma coisa? Não? Elimine! Coloque em segundo plano os itens necessários, mas que não impactam a mensagem.
3. Crie uma hierarquia visual de informações clara
Podemos colocar visualmente alguns itens em primeiro plano e outros em segundo plano, indicando para nosso público a ordem geral com que se deve processar a informação que estamos comunicando.
4. Não complique demais
Torne legível: use uma fonte regular e fácil de ler (considere o tipo e o tamanho).
Mantenha limpo: torne sua visualização de dados acessível, usando affordances visuais.
Use linguagem simples: escolha palavras simples e não complexas; menos palavras, não mais.
Elimine a complexidade desnecessária: ao fazer uma escolha entre simples e complicado, privilegie o simples.
5. O texto é seu amigo
Não presuma que duas pessoas olhando a mesma visualização de dados chegarão à uma mesma conclusão. Se há́ um resultado que você quer que seu público entenda, expresse-o com palavras.
6. Acessibilidade
O conceito de acessibilidade diz que os designs devem ser úteis para pessoas com diversas habilidades. Na visualização de dados, design útil é aquele para pessoas com habilidades técnicas amplamente variadas. Você̂ pode ser engenheiro, mas não é necessário ter feito engenharia para entender seu gráfico. O ônus de tornarmos um gráfico acessível é nosso como designer.
Escrito por: Wenderson da Silva, Coordenador de Analytics na Inmetrics